Os EUA incluíram nesta sexta-feira (22) o ex-presidente paraguaio Horacio Manuel Cartes, empresário bilionário investigado por lavagem de dinheiro, em uma lista de pessoas corruptas, informou a “Associated Press”.
“O ex-presidente (Cartes) Jara obstruiu uma grande investigação de crime transnacional para proteger a si mesmo e um associado seu criminoso de possíveis processos e danos políticos”, disse o secretário de Estado Antony Blinken, em comunicado.
“Essas ações minaram a estabilidade das instituições democráticas do Paraguai, contribuindo para a percepção pública de corrupção e impunidade dentro do gabinete do presidente paraguaio”, disse ele.
Com a inclusão de Cartes na lista de pessoas e organizações corruptas, o governo Joe Biden busca demonstrar que o combate à corrupção na América Latina é uma de suas prioridades. Outras personalidades de vários países da região também foram incluídas nessa lista, de traficantes de drogas a funcionários públicos.
Washington considera que a corrupção é uma das principais causas da migração, pois prejudica a economia e aprofunda a pobreza e as desigualdades.
Cartes, que governou de 2013 a 2018, é dono de conglomerado com cerca de 25 empresas, incluindo um dos três grupos de mídia do Paraguai
Jorge Saenz/AP
Cartes, que governou de 2013 a 2018, é dono de conglomerado com cerca de 25 empresas, incluindo um dos três grupos de mídia do Paraguai, empresas de tabaco e uma rede de supermercados. As empresas aparecem no topo de uma lista feita pelo governo sul-americano entre os maiores contribuintes.
O empresário reagiu imediatamente ao anúncio americano. “Nego e rejeito o conteúdo das acusações, que considero infundadas e injustas”, disse Cartes, em comunicado de três páginas postado em sua conta no Twitter.
“Estamos sempre e estaremos empenhados em oferecer todo o apoio e informação de primeira fonte que as autoridades precisam para esclarecer as questões que nos questionam”, disse.
O ex-presidente foi questionado sobre supostas irregularidades em seus ativos multimilionários e investigado no Brasil por supostas ligações com o doleiro Dario Messer, acusado de líderar de uma rede de lavagem de dinheiro. Atualmente, ele é ativo na política de seu país e aspira a se tornar o próximo presidente do Partido Colorado, no poder e conservador, do qual é membro. As primárias do partido ocorrem em dezembro.