Moeda norte-americana subiu 0,21%, vendida a R$ 5,1743. No acumulado do mês, recuou 1,12%. Sardenberg analisa o 4º aumento nos juros dos EUA pelo banco central e seu impacto na economia mundial
O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (29), ainda avaliando as consequências para a economia global do recuo do PIB dos EUA e da decisão do banco central dos Estados Unidos em relação à taxa de juros.
A moeda norte-americana subiu 0,21%, vendida a R$ 5,1743. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 1,66%, vendida a R$ 5,1633 – menor patamar de fechamento desde 21 de junho (R$ 5,1547). Com o resultado desta sexta, acumulou queda de 5,88% na semana e 1,12% no mês. No ano, tem desvalorização de 7,18%.
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O que está mexendo com os mercados?
No cenário externo, os gastos do consumidor nos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em junho, quando os norte-americanos pagaram mais por bens e serviços, com a inflação mensal registrando o maior salto desde 2005.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, subiram 1,1% no mês passado. Os dados de maio foram revisados para cima para mostrar que os gastos cresceram 0,3%, em vez de 0,2% relatado anteriormente.
A inflação, por sua vez, esquentou em junho. O índice de preços de despesas de consumo pessoal saltou 1,0% no mês passado, maior salto desde setembro de 2005 e se seguiu a ganho de 0,6% em maio. Nos 12 meses até junho, o avanço foi de 6,8%, maior alta desde janeiro de 1982.
Esses indicadores são acompanhados de perto pelo Federal Reserve (BC dos EUA) para embasar as decisões de política monetária.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou 0,9% no segundo trimestre. Foi o segundo trimestre seguido de baixa: no primeiro trimestre, a economia do país teve uma queda também anualizada de 1,6%, na primeira retração desde a recessão do início da pandemia, há dois anos. No 4º trimestre de 2021, a economia dos EUA cresceu a um ritmo robusto de 6,9%.
Os mercados avaliaram ainda a decisão de política monetária do Federal Reserve. Na quarta, o Fed voltou a aumentar a taxa de juros do país em 0,75 ponto percentual, para uma faixa de 2,25% a 2,5%.
Taxas de juros mais elevadas nos Estados Unidos tendem a reforçar o fluxo de dólares para aquele país, fazendo a cotação da moeda subir em relação ao real. A avaliação, no entanto, é que a alta veio em linha com o esperado – investidores temiam que a taxa poderia ser elevada em 1 ponto percentual.
Na cena local, a taxa de desemprego no país recuou de 9,8% em maio para 9,3% em junho. É o menor nível para um segundo trimestre desde 2015. Para o fim de 2022, a mediana de 26 projeções coletadas pelo Valor Data entre economistas de consultorias e instituições financeiras aponta uma taxa de desemprego de 9,7%.
Permanecem no radar de investidores temores sobre a credibilidade do Brasil, que foi abalada recentemente por uma emenda constitucional que amplia e cria uma série de benefícios sociais, prevendo despesas fora do teto de gastos a apenas alguns meses das eleições presidenciais.