Casa Negócios Alckmin será interlocutor da campanha presidencial de Lula com agronegócio

Alckmin será interlocutor da campanha presidencial de Lula com agronegócio

por
0 comentário 25 pontos de vista

Coordenador do programa de governo do PT, o ex-ministro Aloizio Mercadante disse que uma das prioridades da legenda é se aproximar do setor A campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou oficialmente nessa sexta-feira (22) o vice na chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), como o responsável pela interlocução com o agronegócio. A partir da primeira semana de agosto, Alckmin fará viagens pelo Mato Grosso e por São Paulo para estreitar o diálogo com ruralistas e tentar reduzir a resistência do setor à candidatura de Lula.
Coordenador do programa de governo de Lula, o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) disse que uma das prioridades da campanha petista é se aproximar do agronegócio. “Nosso Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente da República, vai coordenar essa interlocução e vai começar na primeira semana de agosto a andar o Brasil. Uma das prioridades vai ser a interlocução com a agricultura brasileira, com o agro, discutir com lideranças, ouvir entidades”, afirmou Mercadante.
Nesta sexta-feira, Alckmin e integrantes da coordenação da campanha petista, como Mercadante, se reuniram com lideranças do agronegócio, em São Paulo, para discutir propostas e a agenda de viagens do vice na chapa presidencial. Estavam presentes o ex-ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff e deputado federal Neri Geller (PP-MT), vice-presidente da bancada ruralista na Câmara; o senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT), e o empresário Carlos Augustin, que comanda uma das maiores empresas produtoras de semente de soja do país.
A ideia é que Alckmin, candidato a vice de Lula, faça a maior parte das conversas com os empresários do setor, entidades de classe e políticos
Ricardo Stuckert
A ideia é que Alckmin faça a maior parte das conversas com os empresários do setor, entidades de classe e políticos. Posteriormente, Lula deve se encontrar com os ruralistas.
Entre as medidas debatidas e que poderão entrar no programa de governo de Lula, estão o aumento da produção nacional de fertilizantes para consumo interno e exportação; o investimento na produção nacional de maquinário agrícola para exportação; a conversão de áreas de pastagens em áreas produtivas de soja, e a redução dos juros para a compra de maquinário.
Em entrevista à imprensa depois do encontro, os ruralistas criticaram a falta de diálogo com o atual governo; o caráter ideológico da gestão Jair Bolsonaro (PL) nas relações comerciais, prejudicando a parceria do Brasil com a China, por exemplo, e os juros altos para financiamento de equipamentos agrícolas.
Apesar da resistência de ambientalistas que apoiam Lula a essa aproximação com ruralistas, Mercadante disse que a campanha tem dialogado com o “setor moderno da agricultura” e busca o aumento da produção agrícola junto com a redução do desmatamento.
“[Vamos] Construir uma economia de baixo carbono, sustentável, que preserve os recursos naturais, que mantenha a floresta em pé. Esse setor moderno da agricultura tem conhecimento dos desafios diplomáticos e comerciais”, afirmou o coordenador do programa de governo.
“Vamos restaurar pastos degradados. Não precisamos desmatar para aumentar a área agricultável, e podemos fazer isso com agricultura positiva em carbono. Estamos trabalhando fortemente essa diretriz”, disse Mercadante.
Um dos principais articuladores da aproximação de Lula com o agronegócio, Neri Geller disse que apoia o petista “por convicção” e comparou os avanços do setor durante os governos Lula e Dilma Rousseff, entre 2003 e 2016, com a gestão Jair Bolsonaro (PL). Entre as principais diferenças, citou o “tratamento isonômico” das relações comerciais nas administrações do PT.
“O governo federal fazia o diálogo com o mercado internacional de forma isonômica, não ideológica como agora”, afirmou o parlamentar, vice-presidente da bancada ruralista. Geller criticou o tratamento dado pela gestão Bolsonaro à China e a aproximação com os Estados Unidos. Disse ainda que essa estratégia prejudica o país comercialmente.
“Queremos a volta de Lula”, disse Carlos Fávaro, ex-presidente da Aprosoja-MT, associação dos produtores de soja e milho do Mato Grosso. O empresário disse que, ao se aproximar de Lula, tem a expectativa de melhorar o diálogo do setor com o governo federal e criticou a alta taxa de juros. “Nós não vamos mais perder as terras para o MST, mas sim para o sistema financeiro”, reclamou.
Carlos Augustin defendeu a conversão de pastagens em áreas produtivas de soja, juros diferenciados para empresários que tenham “compromisso social e ambiental”, e a redução da taxa de juros. “Podemos dobrar a produção de soja sem desmatar”, disse. “Se abre para pastagem, isso tira a pressão sobre a Amazônia.” 

Deixe um Comentário

Você também pode gostar

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está ok com isso, mas você pode opt-out se você desejar. Aceitar Leia Mais

Privacidade & Cookies Política De